O ambiente natural

O território da freguesia de Santo Estêvão insere-se no Barrocal, sub-região natural que se estende longitudinalmente pelo Algarve (de largura variável) e que faz a transição entre a serra e o litoral.

Caracteriza-se pelos solos pouco evoluídos e bastante pedregosos (calcário, na transição entre as terras xistosas da serra e as de aluvião do litoral) que, esporadicamente, são visíveis à superfície. A orografia é pouco dobrada (não ultrapassa os 200 metros de altitude) entre uma imponente serra a norte e um litoral essencialmente plano a sul.

O norte da freguesia é conformado pelo vale da Ribeira da Asseca, cujas características diferem das atrás enunciadas e se aproximam das do litoral (solos ricos de aluvião, planos). A Ribeira da Asseca nasce mais a norte, na serra, é engrossada por várias ribeiras, passa pela cidade de Tavira (dividindo-a em duas partes) e desagua na Ria Formosa (ria formada pela Ilha de Tavira e pela orla continental). Pelo caminho toma ainda dois nomes diferentes: a montante da ponte antiga de Tavira é Rio Séqua; a jusante é Rio Gilão. Nesse trajecto, e na freguesia de Santo Estêvão, encontra-se uma cascata de água – o Pego do Inferno – enquadrado num pequeno ecossistema de grande valor ambiental e paisagístico.

No que diz respeito à flora, de entre as espécies arborícolas que predominam em Santo Estêvão (alfarrobeira, amendoeira, figueira, oliveira, citrinos) é quase impossível distinguir as que foram introduzidas pelo homem, há alguns milhares de anos, daquelas que são autóctones, dado o seu elevado grau de adaptação. Ainda se podemos destacar da riquíssima flora arbustiva e herbácea os Tomilhos, a Mariola, o Chupa-mel ou o Pampilho e, no chamado “Barrocal abandonado” – o território humanizado, mas abandonado – crescem, por exemplo, orquídeas calcícolas.

A fauna é também diversa. No chamado “Barrocal humanizado” encontramos animais de hábitos esquivos como o Coelho, as Toutinegras (espécie de pássaro), ofídios (serpentes) ou Sacarrabos (furões) e mais raramente javalis. No “Barrocal abandonado” diversos pássaros, como o Papa-figos, o Mocho-galego, os fringilídeos, o Pincanço-barreteiro e a Rola. Junto da Ribeira da Asseca, um ecossistema riquíssimo que se aproxima das características do litoral, outra avifauna constituída por pássaros como a Cegonha-branca, o Rouxinol-bravo, a Escrevedeira-de-garganta-branca, o Guarda-rios ou Bico-de-lacre.

[Última actualização, Outubro de 2013]